De vez em quando cansamos da nossa vida, do que fazemos, das pessoas, enfim, do mundo. Dá vontade de jogar tudo pro alto e começar do zero, mas o que realmente gostamos. Dá vontade de sumir, cortar relações com metade das pessoas que conhecemos, e conhecer pessoas novas, mais interessantes, mais parecidas, simplesmente pra ter com quem conversar.
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Cinema brasileiro é arte. Não, eu não vivo em um mundo paralelo.
Cinema brasileiro não se resume a filmes da Xuxa, Didi, Trapalhões, Angélica, Eliana, Bruna Surfistinha ou afins. Filme bom não é só sobre favela ou nordeste, são excelentes, mas não são os únicos que existem.
Essa visão é fruto de uma mídia que cultua novelas em que favelas são apagadas da cidade para não "enfeiar" a imagem, em que mostra a realidade deturpada para agradar uma alta sociedade, muitas vezes falida, ou sem conteúdo, e para iludir as classes mais humildes de que seu único objetivo na vida deve ser se tornar semelhante a classe média/alta que aparecem como se pertencessem a um conto de fadas.
Mas a culpa não é só dessa mídia. É da sociedade como um todo. Tudo vira produto, nada é sério, tudo deve ser explorado até o último centavo ser ganho, mesmo que isso signifique atrofiar uma arte, uma cultura, com um potencial reconhecido em muito lugares, mas não pelas pessoas mais próximas.
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Apagar-me
diluir-me
desmanchar-me
até que depois
de mim
de nós
de tudo
não reste mais
que o charme.
Paulo Leminsk